Violências no cotidiano escolar: exclusão, adaptação e negação da subjetividade discente nas práticas educativas
Autora: Renata Landuci Ortale
Orientadora: Profª DRª Rosemary Roggero
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Nove de Julho no ano de 2012
Resumo
A presente pesquisa teve como objetivo investigar o fenômeno da violência escolar protagonizada por alunos considerados indisciplinados e/ou violentos em suas escolas. Além do levantamento bibliográfico, foram buscadas trajetórias escolares narradas por cinco jovens, considerados indisciplinados e/ou violentos em suas escolas, que frequentaram escola pública, na faixa etária entre 16 e 20 anos, por meio do método de História Oral. Pesquisas e abordagens sobre violência escolar, pertencimento ao grupo, estereótipo, subjetividade e punição foram apresentadas. A análise crítica dos dados foi realizada com base nos conceitos de autoridade, pseudoformacão, adaptação e emancipação, preconizados por autores da primeira geração da Escola de Frankfurt. A escuta das narrativas, em especial, possibilitou a identificação de três categorias para a análise: punições exercidas pelas autoridades escolares, pertencimento ao grupo e estereótipo do aluno, e práticas educativas. A análise apontou que as punições exercidas pelas autoridades escolares podem desencadear tanto processos de adaptação como comportamentos indisciplinados e/ou violentos; que a dinâmica escolar hierarquiza e reforça as desigualdades entre os estudantes, e que os estereótipos geraram atitudes indisciplinadas e/ou violentas, as quais podem ser entendidas como uma reação às violências exercidas pelas autoridades escolares, na busca dos alunos pelo reconhecimento de suas subjetividades; e, por fim, quando a autoridade docente se apoia no reconhecimento da subjetividade discente; por meio do diálogo, faz-se presente a possibilidade de superação das violências e algum nível de emancipação no processo formativo, favorecendo a desbarbarização no contexto escolar e na própria sociedade.
Palavras chave:
violência escolar
subjetividade discente
autoridade docente
história oral
teoria crítica