Formação e trabalho: ponte ou abismo? o papel da escolarização na vida dos jovens.

Autora: Rosana Matsushita

Orientadora: Profª DRª Rosemary Roggero

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Nove de Julho no ano de 2012



Resumo

O Brasil figura no cenário internacional como a 6ª. economia mundial, porém, paradoxalmente, continua a amargar déficits sociais, em especial na Educação. A maior parcela da população brasileira é composta por jovens de 15 a 29 anos de idade, que correspondem a 26,4% da população total. Especificamente, os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos de idade são desprovidos de políticas públicas e de um aparato governamental, que os apoiem na sua inserção no mercado de trabalho. Este estudo busca entender a importância da escola na vida de jovens de 18 a 24 anos de idade que trabalham e são egressos de escolas públicas, com o objetivo de verificar quais são as relações, aproximações e distanciamentos entre o universo escolar e o mundo do trabalho. O problema que a pesquisa se propõe a investigar é: há sinergia entre o universo escolar e o mundo do trabalho, do ponto de vista dos jovens, no que se refere a sua inserção no mercado de trabalho? Para isso, buscou-se, por meio de pesquisa de campo, apresentar a realidade concreta de jovens que trabalham em supermercados. Questionário de campo, grupo focal e história oral de vida foram as técnicas usadas para a pesquisa empírica. Os resultados mostraram que, do grupo de jovens pesquisados, 75% ingressaram precocemente no mercado de trabalho, antes dos 15 anos de idade, 50% já constituíram família e somente 16,67% cursaram o nível superior. Para a maioria, não há relação entre a escola básica e o mundo do trabalho. A relevância da escola passa por uma apropriação subjetiva do indivíduo, dependendo da forma como este articula a sua vida concreta imediata com os conhecimentos adquiridos dentro e fora de sala de aula. Foi possível identificar características pessoais e estratégias de sobrevivência adotadas individualmente pelos jovens, que driblam as condições da pseudoformação a que têm acesso e da situação socioeconômica da família, por meio da mobilização de recursos comportamentais como a adaptação, flexibilidade e convivência com o outro para se manter no mundo do trabalho. acerca de questões como participação política, mídia e movimentos sociais.

Palavras chave:

Formação
trabalho
jovens/juventude
adaptação
flexibilidade história oral


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